O número crescente de vagas de emprego em aberto para motoristas profissionais em países de primeiro mundo está se tornando alarmante. Um estudo recente, promovido pela World Road Transport Organisation (IRU ou União Internacional dos Transportes Rodoviários), mostra que pelo menos 20% da frota de veículos comerciais da Espanha não tem motoristas para dirigi-los.
Os dados apresentados agora refletem uma tendência apresentada em outro estudo da IRU, de março deste ano, em vários outros países, como Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Noruega e Romênia. A grande maioria dos países europeus não consegue motoristas para seus caminhões.
Na Espanha, a tendência ainda é de mais crescimento no número de vagas em aberto. Até o ano que vem, a demanda por novos motoristas deve crescer 18%. Esse aumento significativo no número de vagas em aberto pode fazer até 30% da frota de caminhões da Espanha ficar parada.
A IRU destaca que a escassez poderia ser combatida com mais diversificação no setor de transportes espanhol. As mulheres são menos de 3% da força de trabalho na direção de caminhões, e os jovens, com menos de 25 anos, apenas 5%.
A média de idade dos caminhoneiros na Espanha é de 46 anos, e esse número cresce a cada ano, já que os motoristas ficam mais velhos e os jovens não se interessam pela profissão.
Entre outros motivos, estão as leis do país. A carteira de motorista profissional, que permite a condução de ônibus, só pode ser obtida com 24 anos. Em outros países, como a Bélgica, jovens com 18 anos já podem obter o documento.
“A situação na Espanha faz parte de uma tendência mais ampla que estamos vendo em toda a Europa. Simplesmente, não há motoristas suficientes para atender à demanda e o problema está acelerando rapidamente à medida que os profissionais experientes deixam o setor e não estão sendo substituídos em número suficientemente grande. Essa é uma das questões mais urgentes que o setor de transporte rodoviário enfrenta, que é a força vital da mobilidade e da economia espanhola. Se não revertermos essa maré em breve, haverá efeitos diretos em nossa capacidade de transportar mercadorias e pessoas pelo país, o que impactará muitos milhões de pessoas, empresas e comunidades’, disse Esther Visser, gerente de assuntos sociais da IRU.