Se você é do setor de transporte e logística já deve ter escutado sobre o GRIS. Trata-se da abreviação utilizada para a taxa do Gerenciamento de Risco, que é essencial no transporte de cargas, sobretudo quando a carga tem alto valor agregado.
Mas qual então vem a pergunta: o que é e para o que serve o Gerenciamento de Risco? São muitos os riscos que a carga, o veículo e o motorista estão sujeitos no transporte, desde acidentes até roubos. O Gerenciamento de Risco se destina em particular aos roubos de carga e pode ser dividido em quatro etapas:
- Identificação dos riscos;
- Análise dos riscos;
- Avaliação dos riscos;
- Tratamento para minimizar as possibilidades de acidentes e incidentes.
Por meio de um planejamento e controle de recursos, a ideia do gerenciamento é evitar os roubos de cargas e, no caso deles acontecerem, fazer o máximo para salvar a carga e para garantir que o motorista não corra nenhum perigo.
As empresas de gerenciamento de risco se utilizam principalmente de tecnologias para fazer a prevenção de roubos, como rastreadores instalados nos caminhões e monitoramento remoto por computadores. Com isso, é possível acompanhar todo o trajeto e saber detalhes da viagem como velocidade, rota, tempo e locais de parada do motoristas, por exemplo, e ter uma visão geral para compreender se o transporte de cargas está sendo realizado dentro do programado.
Se algo der errado, através do uso dessas tecnologias, é possível que o caminhoneiro envie um sinal de pânico para a gerenciadora, que por sua vez, mesmo estando à distância, consegue travar as portas, ligar uma sirene, e em casos mais graves acionar seguranças ou a polícia local.
Além do uso dessas tecnologias, também é possível ter estratégias para rotas e encontrar aquelas com menor incidência de roubo ou menos desertas.
O que o GRIS representa para as transportadoras?
A transportadora é encarregada de contratar um seguro contra roubo, que posteriormente será pago pelo dono da carga. Com a apólice em mãos é importante se atentar às exigências e condições descritas na mesma, pois na maioria das vezes o Gerenciamento de Risco (GRIS) é exigido a fim de prevenir o roubo da carga. Dessa forma o processo do transporte se torna mais seguro, visto que possivelmente haverá um rastreamento, o motorista será avaliado e tudo será controlado.
O valor a ser pago tanto pelo seguro como pelo GRIS é um percentual descontado direto na nota fiscal da empresa responsável pela carga.
Como é composta a taxa de GRIS no transporte de cargas?
A taxa GRIS faz parte do Ad Valorem, também conhecido por Frete Valor. O Ad Valorem é uma taxa cobrada sobre o valor da mercadoria com objetivo de cobrir o custo do seguro enquanto a mesma estiver sob a responsabilidade da transportadora. Todavia, a taxa do GRIS pode ser alterada de acordo com as seguintes variáveis:
Custos Operacionais
Consulta ao cadastro do motorista:
Quando exigido pela apólice de seguros, as transportadoras devem fazer uma consulta na gerenciadora de riscos indicada para conferir no cadastro do motorista se todos os documentos dele estão em dia, entregando um profissional qualificado que tenha sido aprovado na avaliação.
Tipo de produto transportado:
O valor da taxa do GRIS costuma ser maior quando os produtos transportados necessitam de manuseio e transporte especiais. Nestes casos, estão inclusos cargas frágeis, itens perecíveis e cargas específicas como carga viva, medicamentos, entre outros, que precisam de veículos específicos.
Investimentos em tecnologias
Aqui são considerados os valores gastos com a instalação dos equipamentos de rastreamento e monitoramento e os reparos que posteriormente serão feitos.
Características da Mercadoria
Identificação da Mercadoria:
Quanto mais fácil for a identificação das cargas para a gerenciadora através do número de lote, série ou qualquer outro recurso, menores são as possibilidades dela ser roubada, pois ela será mais segura, tornando assim menor a sua taxa do GRIS.
Características de comercialização:
Uma carga leve tem mais chances de ser roubada pois ela é mais fácil de manusear e de comercializar. Por isso o valor do GRIS pode ser mais alto para esses produtos. Esses são os casos de aparelhos eletrônicos como computadores e celulares.
Valor agregado da mercadoria:
Cargas de maior valor agregado como jóias, exigem cuidados especiais como blindagem, escolta, entre outros métodos de segurança. Elas costumam ser os principais alvos de roubos, por esse motivo a taxa do GRIS destes produtos é maior.
No geral não existe uma regra específica para os fatores que compõem o GRIS. Para tipos distintos de mercadorias, diferentes aspectos podem ser avaliados. Porém o Gerenciamento irá cuidar para que o transporte seja muito bem planejado e que independente de qual carga seja, que ela chegue corretamente ao destino final. Assim, é necessário tratar o GRIS não apenas como um custo, mas também pensar nele como a garantia de segurança tanto da carga como do motorista que estará carregando.
FONTE: Truckpad